sábado, 31 de outubro de 2015

3 Contos do Lovecraft

Para celebrar o Halloween e fechar o mês do horror com chave de ouro, aqui vai um post sobre alguns contos de HP Lovecraft. Nada mal hein?! Separei 3 contos bacanas que conheço dele para esta data e espero que vocês se interessem e conheçam um dos grandes nomes do horror e da fantasia escrita.

A Tumba
O primeiro conto que escolhi foi A Tumba. Este é uma das maiores obras do autor e é muito interessante, pois nos transmite a certeza de algo, quando tudo não passou de imaginação. Somos colocados como protagonista e acabamos vivenciando a história de forma tão imersa que, ao conhecer o final, ficamos com aquela sensação de impotência por saber que aquilo aconteceu, mas que ninguém acredita. É agoniante.
A história é narrada pelo próprio protagonista, o qual já sabemos de cara que ele está confinado em um "asilo para loucos", em suas próprias palavras. Sua história inicia quando era jovem e descobriu uma tumba em uma casa da vizinhança. Muitas histórias sobre a casa são contadas e que ela é assombrada, devido à tragédia que ocorreu há muitos anos.
Esse protagonista conheceu esta casa e a tumba e começou a frequentar o lugar, visitando-o quase todos os dias. Durante muito tempo, a tumba havia ficado fechada, porém, ele consegue violá-la e conhece seu interior, onde vivencia coisas estranhas. O motivo das suas visitas é que ele se sentia mais acolhido e "em casa" enquanto estava lá.
O conto é curto e merece seu tempo dedicado à ele. É bem escrito e seu final é tão interessante quanto o início e o meio. O conto completo é de presentear os olhos.

O Horror em Red Hook
O segundo é O Horror em Red Hook, um dos mais conhecidos. Este é um conto um pouco mais longo e, nem por isso, menos interessante. É uma mistura de história policial com pitadas de horror.
Seu conteúdo nos conta uma série de acontecimentos estranhos que ocorreram em Red Hook, onde, um senhor que não falava com ninguém e era esquecido pelos outros, começa a ficar envolvido na migração em massa de pessoas de uma outra região do mundo, ao mesmo tempo em que ele começa a mudar seu jeito e casos de desaparecimentos de crianças se tornam frequentes.
Durante quase todo o texto, é uma história de investigação bem interessante, porém, ao chegar ao seu final, o horror se instala e conclui a trama toda. Talvez por tratar de coisas que, às vezes, vemos na mídia, como seitas secretas, ocultismos e assassinatos, este conto nos passa aquela sensação de insegurança e nos deixa com uma pulga atrás da orelha: será que essas coisas existem?

Aprisionado com os Faraós
Este é um conto que me interessou bastante, pois se passa no Egito, durante uma viagem do protagonista da história. É aquele conto que mexe com a imaginação, pois sempre ficamos tentando imaginar o que poderia ser encontrado nos lugares secretos das pirâmides. Se você também tem essa curiosidade ou tem interesse nesse assunto, este conto vai presentear sua imaginação com uma história bem interessante.
Nosso narrador nos conta que, durante uma viagem ao Egito, teve curiosidade em visitar as pirâmides à noite, para que pudesse adentrar nos lugares proibidos e descobrir seus segredos. É um cara que gostava dos ambientes sinistros e desconhecidos.
Um dia, enquanto caminhava com seu guia turístico, acaba intervindo em uma briga entre seu guia e outro morador local. Ambos resolvem fazer uma luta justa, onde eles deveriam levar pessoas para avaliarem sua luta. Nosso protagonista pede para ir e, quando a luta acaba, todos partem para cima dele, o amarram e começam a descê-lo por uma entrada desconhecida, rumo ao interior de uma das pirâmides. O horror aqui é claustrofóbico e aterrorizante, pois até que o protagonista chegue ao fundo da pirâmide, é terrível saber o que ele está passando. Mas, ao tocar o chão, tudo fica pior, pois a imaginação somada ao sufoco de estar preso num lugar desconhecido e completamente no escuro, com um cheiro pútrido insuportável, torna a experiência mais horrorosa (no bom sentido). O que acontece com ele por lá, cabe a você descobrir.

É isso aí. Fica a dica para você conhecer este autor e suas histórias ótimas que contam com elementos de horror, ficção e fantasia. Quando você conhecer, ou se você já conhece, quero que me conte o que você acha do trabalho desse cara.
Boas leituras e péssimos sonhos. Até a próxima página e feliz halloween!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Psicose


Norman Bates cuida de um motel que já não tem mais a vivacidade de antes, devido à construção de uma rodovia nova, que acabou deixando a antiga rodovia às moscas. Mesmo assim, Norman mantém o lugar ativo, para o caso de alguém se perder e acabar passando por ali. É lucro pra ele e sua mãe.
Em um determinado dia, Marion, que trabalha em uma imobiliária, fica de levar uma quantia grande de dinheiro ao banco, mas acaba pensando em tudo o que já passou na vida e foge com a grana toda.
Ela acaba chegando ao motel dos Bates em uma noite chuvosa, depois de se perder na rodovia. Aluga um quarto para passar a noite e a mãe de Norman não gosta nem um pouco.
A irmã de Marion, acha o sumiço dela muito estranho e vai atrás de Sam, o namoradinho de Marion, para saber o paradeiro dela. Só que ele também não sabe da pretendente e, ambos, vão procurar ela no antigo motel.

O livro de Robert Bloch é uma obra clássica do horror. Não por ter momentos que assustam, mas pela temática que aborda. A psicopatia é trazida à tona de uma forma tão simples e tão sutil, que deixa o leitor beirando a loucura também. Em nenhum momento sabemos bem o que está acontecendo até o capítulo final, e o autor consegue trabalhar muito bem com o que tem até chegar ao ápice da história. Não é a toa que Alfred Hitchcock comprou todos os exemplares que conseguiu ao saber da história, para manter em segredo o que aconteceria no final da trama. Essa empreitada, lhe rendeu uma fortuna, pois conseguiu criar um clássico do cinema e uma das cenas mais icônicas da história: o assassinato à facadas na banheira.
Quem já viu ao filme, vai ter a sensação de estar assistindo a obra-prima de Hitchcock. É incrível como tudo é igual e, mesmo quem já conhece a obra, não vai sair insatisfeito com a leitura. O livro é tão incrível quanto o filme e consegue prender a atenção do leitor o tempo todo.
A escrita é de fácil leitura, o que a torna rápida e fluente, com um desenvolvimento bem arranjado da trama e dos personagens. Por não ser um livro longo, pode ser concluído em algumas horas.
As edições do livro são incríveis também, e dão todo um "quê" a mais na leitura. As imagens com sombras e a numeração dos capítulos sinalizados com as chaves de quartos, ajudam na atmosfera da leitura.
É um bom entretenimento para o final do mês do horror. Ainda mais se fizer dobradinha de livro+filme!
Você que já leu ou assistiu Psicose, o que acha dele(s)? Até a próxima página!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Frankenstein

Frankenstein nasceu das mãos e imaginação de Mary Shelley lá no século XIX, a partir de uma brincadeira entre amigos que consistia em escrever uma história nova. Desta brincadeira, a que mais teve sucesso foi a criada por Shelley.
Antes de mais nada, cabe esclarecer que Frankenstein é o sobrenome de Victor, o protagonista, e ele é o responsável por criar o monstro da história, ao contrário do que todo mundo pensa, que o monstro se chama Frankenstein. Na realidade, a criatura não recebe nome nenhum ao longo de toda a história, sendo tratado, simplesmente, por monstro, aberração, criatura, ou algo do tipo. A caracterização do personagem para os filmes, e etc, também ficam aquém das descrições de Shelley.
A história é contada através de relatos de um homem, que foi fazer uma expedição no Ártico e encontrou o "Frank" perdido por lá. Frank conta toda a sua história para este homem e nós conhecemos tudo isso na forma de cartas trocadas entre o homem e sua irmã.
Frank mora em Genebra com sua família e é muito feliz. Tem uma infância alegre e cheia de amor e carinho recebida por todos. Desde essa idade ele já é bastante inteligente e curioso, chegando a estudar algumas teorias antigas da Natureza Humana. Quando cresce, ele vai para a universidade, onde começa a ter uma relação maior com esses temas e descobre que seus estudos eram baseados em técnicas e conceitos ultrapassados e que não faziam mais sentido. Ele, então, coloca na sua cabeça que irá provar que o que ele estudou não fora à toa. Em meio aos seus estudos, resolve iniciar alguns experimentos e acaba descobrindo como a vida surge. Com esse conhecimento, ele se dedica à um experimento mais avançado e que culmina na criação do monstro.
Quando Frank vê o que ele acabou de fazer, sente-se horrível, repugnado e com nojo de seus estudos e de tudo o que ele fizera, pois percebe a aberração que ele criou. Foge e deixa a coisa para trás.
Depois de um tempo, ele descobre a desgraça que ele decretou a si quando conseguiu realizar seu projeto, pois a criatura se mantém próximo dele e destrói tudo o que ele ama.
Basicamente, a história é essa. Temos um protagonista que no início é muito alegre e feliz mas que, a partir do "nascimento" do monstro, cai na depressão e se torna uma pessoa infeliz. Sempre que suas lembranças o levam à fatídica noite da criação, ele se sente mal e apavorado. As coisas que se sucedem só acrescentam culpa e desgosto na vida de Frank, que se vê culpado por todas as coisas terríveis que a sua criatura faz.
A criatura por si mesma, é bem desenvolvida, dotada de inteligência e capacidade da fala, adquirida durante algumas experiências que ela teve com os seres humanos. De início ela é apenas um ser irracional agindo por uma espécie de instinto, como os animais, e depois que adquire os conhecimentos mais básicos da vida dos homens, se dota de sentimentos e quer se sentir amado e querido, porém, devido à sua horrenda aparência, só vive frustrações e agressões. Cansado de passar por isso e sempre vivendo às escondidas, resolve se vingar e começa a desgraçar a vida de seu criador.
O horror mais sentido durante a leitura está nas descrições iniciais da criatura e na decadência da vida de Frank. O livro é recheado de momentos que transmitem um sentimento de compaixão por ambos os personagens, porém também transmite sensações de repugnância e descrença por eles.
À todo momento, durante a leitura, tive a sensação de que Mary Shelley descreveu as personalidades de um único homem, com seu lado bom e seu lado mal e que em vários momentos acabaram por se mesclarem. Mesmo sabendo que são duas pessoas diferentes, nos parece que o monstro é a personificação de uma das faces de nosso protagonista.
Sobre a edição, encontrei alguns erros gramaticais, mas nada que prejudicasse a leitura, que é rápida e interessante. A escrita e as descrições da escritora são muito boas, conseguindo transmitir o que seus personagens sentem. Meu volume, de bolso, é bastante prático e pode ser levado para qualquer parte. No fim do livro, ainda há um prefácio com algumas explicações acerca da obra de Shelley.
É isso aí, queridos leitores. Boas leituras de horror nesse mês especial e até a próxima página!

domingo, 11 de outubro de 2015

Dr. Jekyll e Mr. Hyde

No livro O Médico e o Monstro, de RL Stevenson, temos uma história muito estranha. Stevenson mescla elementos de horror baseados em investigação criminal, crenças religiosas, mesmo que escondidos no texto, e fatores psicológicos e que desafiam a medicina.
A história é contada pelo ponto de vista de um advogado, amigo de Dr Jekyll. Após ter uma conversa com outro amigo, acerca de uma estranha porta na vizinhança, ele interessa-se pela história contada pelo amigo, lembra do testamento do doutor, que está sob seus cuidados, e o relê, verificando que Jekyll deixará sua herança para o tal Hyde.
Com a preocupação de um amigo, este advogado vai à casa do doutor, pois ele está tendo uma vida mais reservada e não sai muito de casa, e eles tem uma conversa a respeito do testamento e de seu beneficiário. Após isso, acontecem vários fatores que pioram a reputação de Hyde e que acabam por interferir na vida de Jekyll. Depois de um determinado acontecimento, Hyde desaparece e o doutor acaba voltando a ter uma vida mais social. Contudo, de uma hora para outra, Jekyll volta a se esconder em casa e se recusa a receber visitas.
O fim da história não cabe a mim contar, pois, se assim eu fizer, poderá estragar a experiência de quem o ler.
O horror do livro só é revelado em seu final, quando descobrimos o que aconteceu com Dr Jekyll e com o Mr Hyde, porém, durante toda a leitura, o autor nos descreve a aparência desagradável de Mr Hyde e as sensações de repulsa e medo que ele transmite às pessoas que acabam por se encontrar com ele. As suas atitudes também revelam o seu caráter. A verdadeira relação de ambos também só é revelada no final, após uma trajetória instigante e curiosa, revelada por uma carta de Dr Jekyll.
As revelações feitas amarram a trama de forma muito bem feita e trazem à tona uma situação horrorosa, desagradável e muito maluca, porém, com o que é descrito, somos convencidos de que tudo aquilo poderia ser verdade, e é exatamente esse ponto que deixa o livro interessante.
A escrita dele é muito bem feita e o desenrolar da história acontece de uma forma tão natural e bem desenvolvida que é possível nem perceber a riqueza da escrita. É fácil e rápido de ler.
Mesmo que o livro seja curto, podendo ser lido em poucas horas, traz momentos densos e curiosos, tornando a leitura prazerosa e instigante. Vale a leitura para todos os amantes de uma boa história, bem escrita e de qualidade. Recomendo fortemente!
Uma coisa curiosa que achei durante a pesquisa de imagens para o post, é que a aparência de Hyde é tratada, na maioria das imagens, como um ser que parece um monstro realmente, geralmente lobisomen ou vampiro. Na realidade, o que o torna um monstro são suas atitudes e a estranheza desagradável de estar em sua companhia. Durante a leitura, não consegui imaginá-lo como um cara de aparência grotesca e monstruosa. Acho que imagino ele mais parecido com um psicopata, sociopata, do que essa descrição visual que utilizaram para o personagem. Acredito que essa caracterização de Hyde seja para ilustrar o monstro do título, apenas.
É isso então. Está lendo alguma coisa relacionada ao tema horror, terror ou morte? Já leu O Médico e o Monstro? Deixe seu comentário!
O mês do horror só começou e temos tempo para ler algumas coisas horrorosas (no bom sentido, é claro)! Até a próxima página monstruosa!

*imagens retiradas da internet

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Leituras de Setembro & Atualizações

Tardou, mas saiu! Aqui está o leituras do mês.
Setembro foi  o mês em que peguei mais um livro da minha meta de leitura para este ano. E, por ser uma leitura que me dispus a ler até o fim do ano corrente, não posso abrir mão para outras histórias. Porém, mesmo que o livro seja gigantesco, com cerca de 1000 páginas, e meu tempo livre esteja um pouco raso, consegui realizar algumas leituras "por fora", a maioria contos yey.
Li o conto Equador Morto, de Manuel Alves. Achei muito divertido e interessante. Fiquei curioso com o que poderia acontecer se existisse uma continuação ou com uma possível transformação do conto em um livro completo. A história é sobre uma doença que atinge as pessoas em determinada região do mundo, transformando-as em alguns seres estranhos. Vale a pena dar uma conferida.
Áurea, de William Romanov, foi o segundo conto lido mês passado. Achei bem fraco e mal desenvolvido. Há certos pulos na trama que não fazem sentido e a forma como foi escrito torna a leitura um pouco chata. A história é sobre um grupo de amigos de uma escola, que sofrem com os valentões do colégio, que acabam viajando para um mundo diferente, e descobrem que não são simples crianças.
Outro conto lido, para fechar os contos do mês, foi Dragões de Simir, de Sara Farinha. Não gostei muito, mas tem uma ideia um pouco absurda e que poderia funcionar: seres humanos que se transformam em dragões.
Também tive um tempinho para ler um mangá. O escolhido foi Yu Yu Hakusho #1, de Yoshihiro Togashi. Conta a história de um garoto que é um mal elemento na escola que frequenta e na própria cidade, mas que acaba morrendo ao tentar salvar uma criança. Quando se dá por si, sua morte não era planejada e não há lugar para ele no céu ou no inferno, o que faz com que ele precise tentar voltar à vida novamente. Achei bem divertido e pretendo continuar lendo. Já tinha ouvido falar no anime, mas nunca cheguei a assistir. Pode ser que eu assista no futuro.
Concluí o mês lendo O Temor do Sábio, de Patrick Rothfuss. A continuação de O Nome do Vento é incrível. Muito divertido e interessante. Por vezes me peguei lendo mais do que havia planejado e acabava indo dormir tarde demais. Apesar disso, não consegui concluir a leitura ainda, ficando uma parte para este mês. No leituras do mês de outubro ele voltará a aparecer.

As atualizações ficaram por conta de:
Os Goonies
Atualizações de agosto + atualizações

Então foi isso. Para outubro, além de concluir O Temos do Sábio, pretendo ler alguns livros de terror e iniciar a ler outro livro de minha meta de leitura 2015, o primeiro volume da Trilogia do Mago Negro.
Até a próxima página!
diHITT - Notícias