terça-feira, 20 de outubro de 2015

Frankenstein

Frankenstein nasceu das mãos e imaginação de Mary Shelley lá no século XIX, a partir de uma brincadeira entre amigos que consistia em escrever uma história nova. Desta brincadeira, a que mais teve sucesso foi a criada por Shelley.
Antes de mais nada, cabe esclarecer que Frankenstein é o sobrenome de Victor, o protagonista, e ele é o responsável por criar o monstro da história, ao contrário do que todo mundo pensa, que o monstro se chama Frankenstein. Na realidade, a criatura não recebe nome nenhum ao longo de toda a história, sendo tratado, simplesmente, por monstro, aberração, criatura, ou algo do tipo. A caracterização do personagem para os filmes, e etc, também ficam aquém das descrições de Shelley.
A história é contada através de relatos de um homem, que foi fazer uma expedição no Ártico e encontrou o "Frank" perdido por lá. Frank conta toda a sua história para este homem e nós conhecemos tudo isso na forma de cartas trocadas entre o homem e sua irmã.
Frank mora em Genebra com sua família e é muito feliz. Tem uma infância alegre e cheia de amor e carinho recebida por todos. Desde essa idade ele já é bastante inteligente e curioso, chegando a estudar algumas teorias antigas da Natureza Humana. Quando cresce, ele vai para a universidade, onde começa a ter uma relação maior com esses temas e descobre que seus estudos eram baseados em técnicas e conceitos ultrapassados e que não faziam mais sentido. Ele, então, coloca na sua cabeça que irá provar que o que ele estudou não fora à toa. Em meio aos seus estudos, resolve iniciar alguns experimentos e acaba descobrindo como a vida surge. Com esse conhecimento, ele se dedica à um experimento mais avançado e que culmina na criação do monstro.
Quando Frank vê o que ele acabou de fazer, sente-se horrível, repugnado e com nojo de seus estudos e de tudo o que ele fizera, pois percebe a aberração que ele criou. Foge e deixa a coisa para trás.
Depois de um tempo, ele descobre a desgraça que ele decretou a si quando conseguiu realizar seu projeto, pois a criatura se mantém próximo dele e destrói tudo o que ele ama.
Basicamente, a história é essa. Temos um protagonista que no início é muito alegre e feliz mas que, a partir do "nascimento" do monstro, cai na depressão e se torna uma pessoa infeliz. Sempre que suas lembranças o levam à fatídica noite da criação, ele se sente mal e apavorado. As coisas que se sucedem só acrescentam culpa e desgosto na vida de Frank, que se vê culpado por todas as coisas terríveis que a sua criatura faz.
A criatura por si mesma, é bem desenvolvida, dotada de inteligência e capacidade da fala, adquirida durante algumas experiências que ela teve com os seres humanos. De início ela é apenas um ser irracional agindo por uma espécie de instinto, como os animais, e depois que adquire os conhecimentos mais básicos da vida dos homens, se dota de sentimentos e quer se sentir amado e querido, porém, devido à sua horrenda aparência, só vive frustrações e agressões. Cansado de passar por isso e sempre vivendo às escondidas, resolve se vingar e começa a desgraçar a vida de seu criador.
O horror mais sentido durante a leitura está nas descrições iniciais da criatura e na decadência da vida de Frank. O livro é recheado de momentos que transmitem um sentimento de compaixão por ambos os personagens, porém também transmite sensações de repugnância e descrença por eles.
À todo momento, durante a leitura, tive a sensação de que Mary Shelley descreveu as personalidades de um único homem, com seu lado bom e seu lado mal e que em vários momentos acabaram por se mesclarem. Mesmo sabendo que são duas pessoas diferentes, nos parece que o monstro é a personificação de uma das faces de nosso protagonista.
Sobre a edição, encontrei alguns erros gramaticais, mas nada que prejudicasse a leitura, que é rápida e interessante. A escrita e as descrições da escritora são muito boas, conseguindo transmitir o que seus personagens sentem. Meu volume, de bolso, é bastante prático e pode ser levado para qualquer parte. No fim do livro, ainda há um prefácio com algumas explicações acerca da obra de Shelley.
É isso aí, queridos leitores. Boas leituras de horror nesse mês especial e até a próxima página!

0 comentários:

Postar um comentário

diHITT - Notícias