quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Trilogia do Mago Negro

Como meta de 2015, estava a trilogia da escritora Trudi Canavan, que me chamava a atenção por sempre estar nos destaques de algumas lojas virtuais. Composto por O Clã dos Magos, A Aprendiz e O Lorde Supremo, esta trilogia conta a trajetória de Sonea, uma garota que morava dentro dos muros do reino e que acabou sendo expulsa para a favela junto com sua família. A favela, localizada fora dos muros da cidade, era governada pelos espertos e corruptos, onde todos deviam se cuidar como podiam. Enquanto dentro dos muros ficavam os ricos e magos do clã, fora deles, ficavam os fracos, pobres e ladrões.
Todos os anos, é realizado uma espécie de seleção de moradores da cidade, que é conhecida como Purificação. Neste processo, as ruas da cidade dentro dos portões são "limpas". Nessa limpeza, os moradores de rua, ladrões e os mais pobres são enviados para a favela.
Após ser expulsa numa das Purificações, Sonea acaba descobrindo ter poderes mágicos, algo inédito naquele mundo, onde somente as pessoas que possuem um dom forte para magia eram treinadas para se tornarem magos. Essas pessoas eram das famílias das Casas, ou seja, dos ricos e poderosos que viviam no reino.
O reino é composto por vários países, formando as Terras Aliadas, que foi formada após uma guerra entre os magos e que acabou devastando uma grande parte de Sashaka. Após esta guerra, a magia negra é banida do uso e tornada totalmente proibida. Até mesmo a história daquela terra fora reescrita omitindo qualquer tipo de menção à tal tipo de magia.
No primeiro livro, O Clã dos Magos, Sonea se descobre com poderes mágicos e acaba sendo perseguida pelos magos do clã. Neste livro conhecemos como funciona a política de cada um dos lugares: o clã, a favela, os reinos, as hierarquias. Também conhecemos sobre os magos e os ladrões. Em sua maior parte, o livro descreve a tentativa de se manter segura e escondida dos magos, contando com a ajuda dos ladrões. Ao ser capturada, ela acaba descobrindo um segredo obscuro pelo Lorde Supremo: o rei dos magos que está somente abaixo do rei na hierarquia local. Durante a leitura de sua mente, esse segredo acaba sendo revelado e aí a trama dos livros começa a ficar densa.
No segundo livro, A Aprendiz, Sonea acaba se convencendo a ficar no clã para estudar magia e aprender, principalmente, a capacidade de cura, com o intuito de, um dia, poder ajudar os moradores da favela. O trajeto acadêmico de Sonea pela universidade acaba se tornando desagradável quando os alunos e alguns professores não admitem que uma "favelada" esteja aprendendo magia entre eles. Dentre estas pessoas, Regin acaba se destacando como um pária na vida de Sonea.
Conforme ela avança nos estudos e se mostra superior até mesmo que alguns professores, Regin arruma uma gangue para infernizá-la, atacando-a quando ela estivesse sozinha. Em paralelo a isso, a trama envolvendo o Lorde Supremo começa a se desenvolver e a ficar mais interessante, onde Rhoten, Dannyl e Lorlen começam a investigar o passado do líder dos magos, e Sonea, que tinha como tutor dos estudos o mago Rhoten, acaba ganhando outro tutor.
É o melhor livro da trilogia.
Em O Lorde Supremo, Sonea continua seus estudos e acaba descobrindo mais segredos sobre o Lorde Supremo, ao mesmo tempo em que aprende certas magias que não deveria. Seu envolvimento com essas descobertas acaba levando-a a ser expulsa do clã e ser exilada para Sashaka, o reino mais próximo fora das Terras Aliadas, onde vivem os conhecedores de magia negra. Quando o clã descobre que os sashakanos estão invadindo Kyralia para acabar com o clã que devastou suas terras no passado, Sonea retorna para tentar ajudar os magos a salvar sua terra natal.
O início da história é um pouco lenta, se desenvolvendo aos poucos. Quando pega ritmo, fica muito divertida. Porém, seu final é decepcionante.
O desenvolvimento da história perde muitos momentos bacanas com revelações antes da hora. E isso ocorre o tempo todo. Poucos são os momentos que surpreendem o leitor. Outro problema é o uso de personagens desnecessários. Salvo algumas ligações que o leitor faz com alguns destes personagens e sua pequena importância (que estão nas entrelinhas). Ademais, poderiam ser descartáveis.
O romance incluído no final do livro foi outra coisa que poderia não existir. Além de soar forçado e sem graça, não fez o menor sentido. E o final do livro, que deveria ser épico, passa apagado e rápido demais. Inclusive, no final deste livro, acontece algo que fica totalmente sem explicação! Um mago que estava morto, aparece do nada, tem uma participação e no capítulo seguinte é reafirmado que ele estava morto realmente.
A história toda poderia ter se passado em um único volume se tivesse sido enxugada para o que realmente importa na trama.
E a edição brasileira é um caos! Erros grotescos da língua portuguesa estão por todo o livro. Há momentos em que não se sabe se a personagem está falando ou se é um trecho contado pelo narrador. Até os anexos, onde há as explicações para os termos utilizados no livro, acabam sendo divergentes com o que é utilizado no texto. Por exemplo, no texto é utilizado o termo "moço" para designar um homem homossexual, enquanto no dicionário do livro o termo deveria ser "mina de ouro". Não faz o menor sentido.
Fiquei um tanto decepcionado, mas admito que o meio da história, entre o final do primeiro livro e o início do terceiro, houveram momentos muito bons. A escritora tem bastante a melhorar no desenvolver de suas histórias, principalmente nos quesitos suspense e mistério.
O que você achou desta trilogia?
Até a próxima página!

*Imagens retiradas da internet, com exceção da imagem que contém os 3 livros, que foi retirada do meu instagram: @brunobolner .

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