terça-feira, 18 de outubro de 2016

Conto: Os Cavaleiros do Templo

Em uma era, há muito tempo atrás, começaram a surgir relatos de uma fortaleza que escondia todas as respostas do mundo, ao qual pertencia à um determinado deus e este deus, conhecido como o único e verdadeiro. Estes relatos ganharam muitas versões e, com o passar dos anos, tornou-se uma lenda.
Alguns homens, por volta do ano de 1950, enquanto realizavam uma expedição em busca do tal templo (após gastarem uma fortuna e muitos anos nas buscas), encontram uma estrutura que surgiu como mágica no meio do deserto palestino. Ao chegarem ao local, descobrem o templo Krak, a famosa fortificação lendária.
Logo que chegam, encontram o lugar cheio de esqueletos e uma frase meio apagada em um dos muros. Alguns dos homens seguem pelos corredores do templo enquanto o linguista da equipe fica com seus guardas tentando resolver o enigma, e acaba descobrindo algo perturbador...

"Não traga à luz o que deve ficar na escuridão."

Este conto não é uma história de horror clássica, mas tem elementos bem interessantes. Lembra mais uma das aventuras de A Múmia, só que sem o felizes, sãos e salvos para sempre.
Rochett Tavares traz neste conto, uma trama diversificada, contada tanto em primeira pessoa, em algumas passagens do início da história, quanto em terceira pessoa, utilizada no restante. Na primeira parte do conto, o autor se preocupa em imergir o leitor no contexto da narrativa, contando fatos históricos que constroem e desenvolvem o ambiente para a parte principal. Neste período da história, nossos personagens, conhecidos como integrantes da Seita, subordinados da Ordem dos Cavaleiros de Sangue, estão em combate contra um grupo que tenta tomar a fortaleza para si. Entretanto, nos fatos anteriores à este, o autor cita alguns momentos de medo e horror que os habitantes daquele lugar sentiram alguns dias antes. É o momento em que os mistérios começam a ganhar forma.
A segunda parte conta a trajetória de Arthur, Manoel, Sayyid, Ian, Linneaux, entre outros, em busca do templo lendário. A história se completa aos poucos, unindo as peças de ambos momentos do conto, revelando a verdade por trás de uma lenda milenar.
Os aspectos do escritor quanto às descrições das cenas de horror são bem diretas, revelando o que tem de ser revelado, descrevendo detalhes característicos, que vão de grotesco ao nojento, sem rodeios. Alguns aspectos podem até não parecer tão horrível quanto poderia se imaginar, mas se o leitor se preocupar em tentar visualizar aquilo que está sendo contado ou tentar imaginar o que os personagens sentem, poderá ter uma visão mais imersa no horror do conto.
Um elemento bacana, é a relação que o autor dá ao tal deus, tão venerado em seu início, e o verdadeiro mistério revelado no fim. Outro ponto positivo é a preocupação do autor em tentar aprofundar suas personagens, revelando pontos de suas histórias que justifiquem seus atos e suas características.
A leitura é rápida, possui elementos e descrições de horror, a trama é bacana, além do autor utilizar algumas palavras bem incomuns, o que ajuda no vocabulário do leitor. É bacana citar, também, que o autor faz citações que remetem a outras de suas obras. Tavares ainda faz críticas ao poder e religião, ao trazer personagens que estão no poder e se questionam se o que fazem é correto, mesmo sacrificando outras pessoas em pró de servir sua crença, ou que são tão gananciosos, cegados pelas esperanças dúbias de uma vida de riqueza, reconhecimento e poder, que pouco se importam com o que acontece com o próximo.
Este conto faz parte do e-book Abismo, uma coletânea de contos de horror de Rochett Tavares.
Até a próxima página!

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